A função endócrina do pâncreas trabalha para a produção de diversos hormônios, como por exemplo a insulina. Na função exócrina, o pâncreas produz enzimas que auxiliam o processo da digestão dos alimentos, transformando-os em nutrientes. Essas enzimas são principalmente a lipase (que quebra as gorduras), a protease (que quebra as proteínas) e a amilase (que quebra os carboidratos).1
Diversas agressões ou doenças podem fazer com que o pâncreas diminua ou pare de funcionar da forma correta. Uma delas, bastante conhecida, é o diabetes tipo 2, que pode inclusive levar à falência da parte endócrina.
A função exócrina do pâncreas também pode passar por um processo semelhante. Nesse caso, ele deixa de cumprir suas funções da forma adequada, trazendo diversas consequências para a saúde.
A Insuficiência Exócrina do Pâncreas (IEP) é uma dessas condições que pode afetar o pâncreas na sua função exócrina. Diante de um quadro de insuficiência exócrina, o pâncreas não é capaz de produzir as enzimas que possibilitam a digestão dos alimentos e a absorção dos nutrientes, especialmente os gordurosos, da forma adequada. Consequentemente, o intestino não absorve as vitaminas lipossolúveis (que se dissolvem em gorduras) como A, D, E e K, por exemplo.
Nos pacientes com IEP, a fermentação da comida não absorvida no trato digestivo pode causar alguns sintomas visíveis. Entre eles:
A má absorção crônica das proteínas em pacientes com insuficiência exócrina do pâncreas pode levar ainda ao inchaço das pernas, pés e tornozelos, como consequência do acúmulo de líquidos. Numa fase mais adiantada da IEP podem ocorrer fadiga extrema5 e também esteatorreia, que é a presença de gordura nas fezes, além de perda de peso sem explicação lógica. Nesse estágio, a insuficiência exócrina do pâncreas leva o paciente à desnutrição e anemia.
A má absorção de vitamina D também pode levar o paciente à perda de massa óssea, o que pode até ocasionar fraturas.
Embora a prevalência geral da insuficiência exócrina do pâncreas seja desconhecida, o quadro é bastante frequente em algumas populações. Destacamos os pacientes com fibrose cística, diabetes tipos I e II, pancreatite crônica, cirurgias abdominais, como a bariátrica por exemplo, ou câncer de pâncreas.
Pessoas que fazem consumo diário de álcool e tabaco e indivíduos acima dos 50 anos também devem ficar atentos ao aparecimento de sintomas. Também vale prestar atenção a alterações sem motivo aparente em níveis de hemoglobina, albumina ou de vitaminas em seus exames de sangue de rotina. Essas alterações podem indicar a possibilidade de insuficiência exócrina do pâncreas.
Como podemos perceber, os sintomas de IEP podem ser facilmente confundidos com sintomas de outras doenças.Por isso, caso apresente sintomas gastrointestinais e digestivos como os descritos acima de forma frequente, é recomendável procurar um médico. Uma investigação mais detalhada pode ser necessária para averiguar a possibilidade de Insuficiência Exócrina do Pâncreas.
Normalmente, a recomendação é fazer uma reposição das enzimas que o pâncreas não consegue produzir.
Galvão-Alves, J. Insuficiência Exócrina do Pâncreas – Recomendações; Colaboradores: Antônio Eiras, Júlio Maria Fonseca Chebli, Martha Pedroso, Olivia Barberi Luna. Rio de Janeiro: [s.n.], 2020, 108p.
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